quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

obrigada por tudo, o começo foi tão imensamente bom que eu parecia estar vivendo um sonho de criança. espero que você entenda, um dia. que a mentira é cruel e desmorona o amor. que não se ama o que é falso. se você ainda se importar, vai saber o que vai por acaso; no fundo o que eu mais queria, era que nada tivesse mudado e que você fosse, exatamente, para o lugar que resolvi ir. (para me aproximar de você.)




(primeira harmonia, primeiro arpeji
apergio ou aperggio aperggi
eu sei que não vou esquecer
quando minha alma vibrou em sua composição,
e assisti sua alma ao lado se elevar em um arrepio
lindo
é bonito demais
ver alguém amar tão intensamente o invisível,
sentindo apenas com o ouvido e o coração.)


achei uma foto do lugar mais distante do universo,

quarta-feira, 25 de novembro de 2009

abro os olhos de manhã,


mas,

fecho os olhos pra te ver.

terça-feira, 24 de novembro de 2009

"Deixa, se fosse sempre assim quente
Deita aqui perto de mim
Tem dias em que tudo está em paz
E agora todos os dias são iguais

Se fosse só sentir saudade
Mas tem sempre algo mais
Seja como for
É uma dor que dói no peito
Pode rir agora que estou sozinho
Mas não venha me roubar

Vamos brincar perto da usina
Deixa pra lá, a angra é dos reis
Pra que se explicar se não existe perigo ?

Senti seu coração perfeito batendo à toa
E isso dói
Seja como for
É uma dor que dói no peito
Pode rir agora que estou sozinho
mas não venha me roubar

Vai ver que não é nada disso
Vai ver que já não sei quem sou
Vai ver que nunca fui mesmo
A culpa é toda sua e nunca foi
Mesmo se as estrelas começassem a cair
E a luz queimasse tudo ao redor
E fosse o fim chegando cedo
E você visse nosso corpo em chamas
Deixa pra lá.

Quando as estrelas começarem a cair
Me diz, me diz pra onde a gente vai fugir ?"

segunda-feira, 23 de novembro de 2009



saber que você odeia o que eu acreditei que você mais precisava me fez perder a coragem de me entregar de novo. e de acreditar,


Don't go, you'll only want to come back again...


não sei como pode ter sido tão difícil por tanto tempo assim - é apenas um trincar de unhas contra signos que sublima para o mundo, como um sopro mágico.

quinta-feira, 19 de novembro de 2009

cratera em estrela, finco, arpão
meu amor, minha dor, meu desespero anti-musical
anti-vibracional
meu desespero sucessivo, fábrica amor, fábrica, cólica arterial
lágrima infantil, soluço primata
meu fim, objeto perdido, sonho na galáxia desaparecida
minha emoção entregada e devolvida
vácuo, densidade, infinita.

[se eu brinco tristemente de buscar nosso passado em meu presente é porque agora vimos um filme repetido e as janelas azuis se tocam com a brisa de margaridas marítimas, levemente salgado é o sabor das suas lágrimas escorrendo em meu nariz e do oceano dentro de mim, pesadamente amargo é o gosto das minhas lágrimas se dissolvendo no travesseiro, o pó em meus pulmões, os pulsos como brânquias escalartes, minha asa me esperando no precipício, minha alma atônita com o coração complexo. paradoxo assassino, brutal, verbal. ei, lágrima que se equilibra entre a vontade de cantar sobre um 3, quase 4, a procura do pôr-do-sol queimando no horizonte distante, ei lágrima, não desmorone assim. há tantos anos que você é tão facilmente em maré alta. que faz dos meus olhos a costa noturna do litoral. o deseparecido. o desaparecido, então, o último amor desatinou em me deixar frames de caixa-postal direcionada como moldes dos antigos fins.]

azul celeste, o amor é flecha que não que não retorna.

terça-feira, 28 de outubro de 2008



meu clitóris uivou para a lua
e ela respondeu com um
demônio me estrupando nos sonhos.

me livrei graças ao farfalhar

de um anjo/uma alma/de meu pai
foi quando minhas pálpebras se abriram

e a contração das pupilas me indicaram
a salvação raiando por trás dos prédios.

o corpo inteiro coçando como se tivesse pragas
atravessou o corredor extenso -

almodóvar agora é almofada de ilustrar revista Casa&Decoração.
rio pensando nas unhas, no cheiro do ninho, na coriza dos lençóis
depois nem sei o que senti remando as ondas irritantes
ora em cima ora embaixo
o barulho dos piratas
rompendo
minha concentração
- o dinheiro já não dá. se me roubarem morrerei faminta.
arquitetei planos, emboscadas
coisas inteligentíssimas
e no fim,
soluçei feito criança pensando no meu pai
acenando da janela,
e me pedindo para comer pêssegos.





eu acho que a tua camisa de forças combina tão bem com meu vestido de florezinhas.

quinta-feira, 25 de setembro de 2008

quando esperava um sinal se abrir reparei que as motos iam com tanta fúria que pareciam necessitar do ar cortado para se alimentarem de alguma força invisível assim como o ar cortado sangrava em meu corpo e me fazia mal o ar cortado parecia alimentar as máquinas.

o coração motoboy.

coração, você doou seu sangue
pelo homem sem asas
você, coração
pulsou pela última vez
engasgado
no sal
você, coração
que nada tinha haver

com a queda
doou o seu sangue em alto mar.

você, coração

despertou hoje no jornal da tarde
a sensação única senão
coração, ser.
você, coração
que moveu gente

como eu
a querer ver brilhar
seu último pulso vital
refletido no sol do litoral.

quinta-feira, 18 de setembro de 2008

eu não pertenço a canto algum –
os plásticos fizeram de seu coração:
plástico e só constroem superfícies;
tudo é convencional e falta o inexplicável.
noutro lado, os engajados estudaram muito e
cospem fúria
e ódio. um cuspe oscilante e ácido
bem no rosto cuidadosamente maquiado dessas pessoas doentes.
os engajados me odeiam muito, porque tenho dó e não ataco.
os plástico odeiam também; sou um órgão vivo e feio (não tenho pele para me esconder, nem um adorno para suavizar)
só posso ver da calçada dois grupos de gente se mordendo,
se traindo, se partindo.
eu vejo da calçada e há tanta guerra
um pedaço de tijolo quase me acerta pelo corpo
meus olhos respiram.
quando me aproximei tentando amizade gritaram forte
- uhhhhhhh! e me jogaram todo tipo de diferença que podiam encontrar
(ou inventar.)
fiquei na calçada só olhando a arrebentação de pus descendo a rua
olhei o céu - de que planeta eu vim? eu não pertenço.
eu não pertenço.

Arquivo do blog